Boa tarde meus leitores. Hoje vim postar para vocês o meu primeiro conto, que escrevi juntamente com a minha professora de português em 2014. Esse conto foi feito para um concurso literário no estado que moro "Concurso Cultural Desafio Cultura Contada", tinha que fazer um conto sobre um personagem político muito importante para o Espírito Santo o Carlos Lindenberg. Espero que gostem!
Uma viagem no tempo de Lindenberg
Numa noite destas, vindo da escola para a Estação Ferroviária, onde encontro tranquilidade para os meus livros de História, estacionou a minha frente uma enorme locomotiva, daquelas que só existem em filmes. Sem pensar, embarquei nela, sentei e continuei lendo os meus livros de História. Lá havia um nome: Carlos Lindenberg. Um cara desconhecido até então porque História sempre foi Dom Pedro pra cá, Dom João para lá. A cada folha que passava, eu queria saber mais sobre ele.
A História é tão surpreendente que você leitor, pode desconfiar de tudo. O fato é que a locomotiva era de verdade, mesmo não existindo mais. Suas poltronas reclináveis e bem vermelhas pareciam me abraçar, como fazem as páginas do livro que leio: a cada leitura, um novo convite e, a partir daquele momento, eu entrava em outra história. A locomotiva aumentava a velocidade. Cada minuto, eu mais me encantava pela trajetória de Carlos Lindenberg e queria voltar no tempo para saber quem foi esse político discreto, mas ao mesmo tempo espontâneo, simples e carismático, de quem o livro tanto falava.
Por um momento, achei que estava em outro lugar. Mas ainda era a locomotiva, um pouco diferente, é verdade, mas era ela. De repende, avistei uma pessoa bem parecida com Carlos Lindenberg: um senhor de óculos preto, meio careca e com um tom um pouco sério. Abusada como sou, fui diretamente saber quem ele era:
– Ei! Você é o Carlos Lindenberg, aquele no meu livro de História!?!
– Como? Olá?!
– Mas é você mesmo! Não é possível... em que ano estou?
– Minha cara, é 1947, disse ele, espontaneamente.
– Mas nossa! Isso é inacreditável... e ainda diziam que a máquina do tempo não existia... mas como é possível?
– Eh.. bom, máquina de quê? Vocês está bem? - ele parecia confuso com toda a minha afobação. Como minha mãe sempre diz, "adolescentes, todos sempre afobados".
– Sim, estou, estou! Eu preciso fazer algumas perguntas, podemos conversar, tomar um café, me dá um autógrafo???!! Olha só a sua foto aqui no meu livro! - apontei para a fotografia, mas ele pareceu não compreender, ignorando o livro e olhando para os lados, desconfiado de tudo.
– Mas... mas... espero um pouco. Quem é você?
– Eu... eu... eu me chamo Karine, o prazer é todo meu. Podemos falar um pouco sobre as coisas da vida, do governo, enfim, você é um cara tão maneiro!
– Ma... manei... o quê? Olha, Karine, me desculpe... estamos em um período difícil, um tanto conturbado para conversarmos sobre essas coisas...
– Mas me tire algumas dúvidas, senhor! São pequenas, são poucas, são rápidas.
– Sim! Posso respondê-las, se forem rápidas, pois acabei de assumir o governo e tenho bastante trabalho.
– Ok senhor! Prometo que não vão demorar, são apenas algumas curiosidades minhas. Por exemplo, como é ser político aos 21 anos? E estar na Revolução de 1930? Quando a gente nasce, já sabe que é para a política?
– Bem... então vamos nos sentar. Vou tentar explicar algumas coisas...
Naquele momento, havia surgido outro homem na minha frente. Era agora um gigante político, com olhos brilhantes e orgulhosos de estar naquela posição. Carlos Lindenberg começou dizendo que acreditava muito no seu Estado, no nosso Estado: "o Espírito Santo tem um futuro promissor, você nem imagina o nosso potencial". Ele repetia, emocionado, que nós estávamos vivendo um momento fundamental para o futuro da política. Deu um grande suspiro e fixou seu olhar para a janela da locomotiva. Voltou a falar olhando profundamente para meus olhos: "este lugar onde nasci, cresci e construí minha família é onde estou realizando meus sonhos".
Ele continuou dizendo que tinha muitos anseios não realizados na carreira política. Depois de ser Deputado Federal, Secretário de Estado da Agricultura e, neste momento, governador, ele estufava o peito para falar que queria mais.
– Mal sabe ele que ainda terá mais um mondato como governador do Espírito Santo e senador da República... por duas vezes também!!
– O que você disse, minha querida? Lindenberg perguntou, confuso.
– Eh... não é nada, governador. Estava só murmurando aqui comigo mesma.
De repente, uma voz se aproximava de nós dois. Mas até então eu não havia escutado nenhuma outra voz, a não ser a de Lindenberg. Não conhecia ninguém ali, não naquele tempo. Quer dizer, agora eu conhecia Carlos Lindenberg, que me convidara para tomar um café em sua casa, tamanha a nossa aproximação. Ele parecia um pai ensinando sua filha a estudar para a prova de história. Mas, de quem era aquela voz? Não sabia dizer. "Se você quer ser uma figura política, precisa compreender bem seu território, mas acima de tudo precisa adorá-lo como um pai ama o filho. A nossa terra é o bem mais precioso...". Enquanto falava, Lindenberg parecia um pouco ofuscado pela minha visão. A voz se tornava mais nítida. Acho que estava sendo chamada:
– Ei, garota! Acorda!
Acorda? Tudo ficou confuso. Olhei por toda parte procurando Carlos Lindenberg. Onde ele estava? O menino que me acordou olhava com cara de espanto e desentendimento. Eu também não compreendia o que havia ocorrido. Num imenso susto, vi que tudo não se passava de um sonho e que, apesar disso, foi uma verdadeira viagem no tempo. Numa viagem, voltamos com muita experiência acumulada em nossas malas. Nesta, não foi diferente. Comecei a ver o nosso Estado de outro modo, pois o via com as portas fechadas. Mas Carlos Lindenberg abriu os meus olhos para ver este lugar de outra maneira, como se houvesse agora grandes portas se abrindo para um futuro melhor.
Uma viagem no tempo de Lindenberg
Numa noite destas, vindo da escola para a Estação Ferroviária, onde encontro tranquilidade para os meus livros de História, estacionou a minha frente uma enorme locomotiva, daquelas que só existem em filmes. Sem pensar, embarquei nela, sentei e continuei lendo os meus livros de História. Lá havia um nome: Carlos Lindenberg. Um cara desconhecido até então porque História sempre foi Dom Pedro pra cá, Dom João para lá. A cada folha que passava, eu queria saber mais sobre ele.
A História é tão surpreendente que você leitor, pode desconfiar de tudo. O fato é que a locomotiva era de verdade, mesmo não existindo mais. Suas poltronas reclináveis e bem vermelhas pareciam me abraçar, como fazem as páginas do livro que leio: a cada leitura, um novo convite e, a partir daquele momento, eu entrava em outra história. A locomotiva aumentava a velocidade. Cada minuto, eu mais me encantava pela trajetória de Carlos Lindenberg e queria voltar no tempo para saber quem foi esse político discreto, mas ao mesmo tempo espontâneo, simples e carismático, de quem o livro tanto falava.
Por um momento, achei que estava em outro lugar. Mas ainda era a locomotiva, um pouco diferente, é verdade, mas era ela. De repende, avistei uma pessoa bem parecida com Carlos Lindenberg: um senhor de óculos preto, meio careca e com um tom um pouco sério. Abusada como sou, fui diretamente saber quem ele era:
– Ei! Você é o Carlos Lindenberg, aquele no meu livro de História!?!
– Como? Olá?!
– Mas é você mesmo! Não é possível... em que ano estou?
– Minha cara, é 1947, disse ele, espontaneamente.
– Mas nossa! Isso é inacreditável... e ainda diziam que a máquina do tempo não existia... mas como é possível?
– Eh.. bom, máquina de quê? Vocês está bem? - ele parecia confuso com toda a minha afobação. Como minha mãe sempre diz, "adolescentes, todos sempre afobados".
– Sim, estou, estou! Eu preciso fazer algumas perguntas, podemos conversar, tomar um café, me dá um autógrafo???!! Olha só a sua foto aqui no meu livro! - apontei para a fotografia, mas ele pareceu não compreender, ignorando o livro e olhando para os lados, desconfiado de tudo.
– Mas... mas... espero um pouco. Quem é você?
– Eu... eu... eu me chamo Karine, o prazer é todo meu. Podemos falar um pouco sobre as coisas da vida, do governo, enfim, você é um cara tão maneiro!
– Ma... manei... o quê? Olha, Karine, me desculpe... estamos em um período difícil, um tanto conturbado para conversarmos sobre essas coisas...
– Mas me tire algumas dúvidas, senhor! São pequenas, são poucas, são rápidas.
– Sim! Posso respondê-las, se forem rápidas, pois acabei de assumir o governo e tenho bastante trabalho.
– Ok senhor! Prometo que não vão demorar, são apenas algumas curiosidades minhas. Por exemplo, como é ser político aos 21 anos? E estar na Revolução de 1930? Quando a gente nasce, já sabe que é para a política?
– Bem... então vamos nos sentar. Vou tentar explicar algumas coisas...
Naquele momento, havia surgido outro homem na minha frente. Era agora um gigante político, com olhos brilhantes e orgulhosos de estar naquela posição. Carlos Lindenberg começou dizendo que acreditava muito no seu Estado, no nosso Estado: "o Espírito Santo tem um futuro promissor, você nem imagina o nosso potencial". Ele repetia, emocionado, que nós estávamos vivendo um momento fundamental para o futuro da política. Deu um grande suspiro e fixou seu olhar para a janela da locomotiva. Voltou a falar olhando profundamente para meus olhos: "este lugar onde nasci, cresci e construí minha família é onde estou realizando meus sonhos".
Ele continuou dizendo que tinha muitos anseios não realizados na carreira política. Depois de ser Deputado Federal, Secretário de Estado da Agricultura e, neste momento, governador, ele estufava o peito para falar que queria mais.
– Mal sabe ele que ainda terá mais um mondato como governador do Espírito Santo e senador da República... por duas vezes também!!
– O que você disse, minha querida? Lindenberg perguntou, confuso.
– Eh... não é nada, governador. Estava só murmurando aqui comigo mesma.
De repente, uma voz se aproximava de nós dois. Mas até então eu não havia escutado nenhuma outra voz, a não ser a de Lindenberg. Não conhecia ninguém ali, não naquele tempo. Quer dizer, agora eu conhecia Carlos Lindenberg, que me convidara para tomar um café em sua casa, tamanha a nossa aproximação. Ele parecia um pai ensinando sua filha a estudar para a prova de história. Mas, de quem era aquela voz? Não sabia dizer. "Se você quer ser uma figura política, precisa compreender bem seu território, mas acima de tudo precisa adorá-lo como um pai ama o filho. A nossa terra é o bem mais precioso...". Enquanto falava, Lindenberg parecia um pouco ofuscado pela minha visão. A voz se tornava mais nítida. Acho que estava sendo chamada:
– Ei, garota! Acorda!
Acorda? Tudo ficou confuso. Olhei por toda parte procurando Carlos Lindenberg. Onde ele estava? O menino que me acordou olhava com cara de espanto e desentendimento. Eu também não compreendia o que havia ocorrido. Num imenso susto, vi que tudo não se passava de um sonho e que, apesar disso, foi uma verdadeira viagem no tempo. Numa viagem, voltamos com muita experiência acumulada em nossas malas. Nesta, não foi diferente. Comecei a ver o nosso Estado de outro modo, pois o via com as portas fechadas. Mas Carlos Lindenberg abriu os meus olhos para ver este lugar de outra maneira, como se houvesse agora grandes portas se abrindo para um futuro melhor.